Pelo menos não foi, para os poetas russos dos primeiros anos do século XX. Os rebelionários cubofuturistas, os construtivistas. E seus contemporâneos. Os sedentos pelas novas formas e pela liberdade libertária. Mas imbuÃdos de uma enorme vontade ordenadora.
Iessiênim se matou em 1925. Cortou os pulsos e antes de se enforcar escreveu com sangue na parede do hotel:
“Se morrer nesta vida não é novo
Tampouco há novidade em estar vivo”.
Menos espetacular, o conturbado e genial Maiakóvisky se matou em 1930.
Quando se deu conta que o sonho tinha acabado. A vontade ordenadora e a liberdade libertária tinham sido sufocados pela burocracia partidária, medÃocre e repressora.
“Nesta vida
morrer não é difÃcil.
O difÃcil
é a vida e seu ofÃcio”.
A indomável (e ininquadrável) Marina Tzvietieva viveu no exÃlio: “Tudo me impele para a Russia, aonde não posso ir. Aqui (no exÃlio) sou indesejada. Lá (na Russia) sou impossÃvel.
Quando finalmente voltou, foi censurada e boicotada pelo regime. Embora educada em várias lÃnguas, não conseguia emprego nem como lavadora de pratos. Seus colegas não ousavam ajudá-la.
Enforcou-se em 1941 com 48 anos.
“Para o sono da morte
Viver é bastante”
Não foi.
Definitivamente o suicÃdio não é uma saÃda ……… à francesa.
Ossip, Lylia e Maiakóvsky
A partir de Poesia da Recusa – Augusto de Campos.
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