2015 – 100 anos de Cortázar
Ultimo Round – 1969
É obvio que tentarão comprar todo poeta ou narrador de ideologia cuja literatura influencie as perspectivas do seu tempo; não é menos óbvio que é do escritor, e só dele, que depende de que isto não aconteça.
Por outro lado, será mais difÃcil e penoso impedir que seus correligionários e leitores (nem sempre são os mesmos), o submetam a toda a gama de extorsões emocionais e polÃticas para força-lo gentilmente a meter-se cada vez mais nas formas públicas e espetaculares “do seu compromisso”. Chegará um dia em que, mais do que livros, se reclamarão discursos, palestras, assinaturas, cartas abertas, debates, participação em congressos, polÃtica.
E assim, este equilÃbrio delicado e preciso que permite seguir criando a sua obra, que alça voo, sem converter-se em monstro sagrado, ou o herói que exibem nas feiras da história cotidiana, torna-se o combate mais duro a que tem que se livrar o poeta ou narrador, para continuar a cumprir o seu compromisso, onde tem a sua razão de ser, de onde brota a sua folhagem.
Amarga e necessária moral: Não se deixe comprar, garoto, tão pouco vender.
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